terça-feira, 13 de abril de 2010

Oratório na História


Os oratórios tiveram sua origem nos primórdios da Idade Média. De início, a capela concebida para o rei dotado de dons religiosos era o local adequado a reflexões e orações.

Ao longo do tempo, essas capelas evoluíram para o uso particular passando a ser freqüentadas p
or associações religiosas leigas. Inspirando-se nos costumes da realeza, as famílias mais abastadas também passaram a possuir seus próprios altares, costume que se estendeu até o povo. Revelou-se, a partir de então, o desejo da posse de relíquias ou outros objetos de piedade que conferiam aos seus donos segurança e intimidade com o mundo do sagrado.

Assim, as imagens pintadas, esculpidas ou xil
ogravadas de santos protetores proliferaram-se. Muitas vezes eram guardadas em pequenos altares, buscando-se conferir um ambiente propício para orações e celebrações. Esses utensílios religiosos chegaram até a Colônia pelas mãos do colonizador português e se espalharam pelas fazendas, senzalas e residências tornando-se parte do cotidiano brasileiro. (Museu do Oratório, visite www.oratorio.com.br)

ORATÓRIOS POPULARES DOMÉSTICOS






Oratório de Salão e Alcova

No espaço doméstico católico vivia-se cercado de símbolos e objetos religiosos. Os oratórios, que podiam abrigar, além do santo protetor, tudo o que se relacionasse à devoção cotidiana, ocupavam espaços significativos dentro das residências dos fiéis e passavam de geração em geração como bem de família.

Havia aqueles que eram colocados sobre uma mesa nos salões para uso particular ou coletivo de toda a família - geralmente eram utilizados em rituais importantes, como novenas e preces coletivas - e os usados mais intimamente nos quartos e alcovas.

Os oratórios apresentavam uma grande diversidade de formas, tamanhos e decorações, que variavam conforme a condição financeira do fiel. Muitos eram policromados ou dourados e imitavam o usual nas igrejas barrocas. Já outros eram extremamente simples: pequenos armários, toscos e pouco decorados, mas que guardavam o mesmo sentido de invólucro para o santo de devoção.

Havia também uma enorme diversidade de santos protetores nesses diminutos espaços de devoção. Em muitas associações livres era possível encontrar, num mesmo espaço, iconografias distintas e não complementares.


Oratório sem Decoração

Os oratórios ganhavam feições decorativas de acordo com poder aquisitivo do fiel. O mais importante não era o luxo, mas o invólucro onde o santo protetor era guardado.

Os modelos podiam ser simples, com pequenos armários de entalhes pouco rebuscados ou apenas escavados num toco de madeira. Outros demonstravam algumas referências icônicas ou simbólicas e detalhes mais místicos do que decorativos. Qualquer espaço, contudo, por mais artesanal que seja, compunha o invólucro para a divindade.

Oratórios de maneira mais elaborada. Ainda que de caráter popular, a decoração era esmerada e mantinha certos padrões formais na iconografia, nos motivos e na policromia, por exemplo. Eram baseados em oratórios eruditos, que criativamente eram reformulados.


Em geral, mantinham o formato de um pequeno armário com as portas externamente entalhadas e compondo almofadas policromadas. Internamente, apresentavam vasos de flores ou referências iconográficas ao santo de devoção em pinturas ingênuas. Os motivos barrocos ou rococós apareciam em detalhes como volutas, concheados, rendilhados ou cortinas.









4 comentários:

  1. BLOG em construção... em breve fotos dos ORATORIOS

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  2. Belissímos oratórios Edinaldo. Que Deus possa continuar a abençoando seu trabalho. Um grande abraço.

    Néder Gregól Marques

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  3. Parabéns Edinaldo pelo seu trabalho que abençoado pelo prazer que voce tem é apoiado por DEUS

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